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ÁGUA E SABÃO

Água
A água é um recurso necessário e cada vez mais escasso. Apesar da existência de muita água no nosso planeta, só uma pequena parte está disponível para imediato consumo humano.
Distribuição da água na Terra
  • Oceanos – 97%
  • Água doce – 3%
Distribuição da água doce
  • Água de superfície – 1%
  • Água subterrânea – 22%
  • Icebergs e Glaciares – 77%
Distribuição da água doce de superfície
  • Rios e lagos – 61%
  • Atmosfera e solo – 39%
Enquanto a população humana tem crescido, a quantidade de água doce disponível tem diminuído. Isto está associado a questões de seca, poluição e outras, e vem agravar um dos maiores problemas actuais e futuros: “Haverá água doce suficiente para a humanidade?”
A resposta à pergunta é sim, há. A quantidade de água doce existente no Mundo é suficiente para abastecer a população, se bem que a sua assimetria em localização e disponibilidade façam com que nem todos tenham acesso de igual forma à água. 
Várias cidades densamente povoadas em todo o mundo enfrentam problemas e estão a ter que tomar medidas extremas para tentar conter essas situações, como Jacarta, Cidade do México, Melbourne, São Paulo, Cidade do Cabo e várias cidades na Índia.
Além das razões ambientais, o constante desperdício, má gestão e poluição fazem com que se perca ainda mais deste recurso tão precioso.
Daí que deva existir uma mudança de comportamento a nível individual e global.
Algumas das medidas que podemos tomar, a nível individual, para reduzir as perdas de água:
  1. No chuveiro – um chuveiro gasta entre 6 a 25 litros por minuto, conforme o modelo e a pressão da água. Um duche de 15 minutos, com a torneira aberta, gasta cerca de 240 litros. Se fecharmos a torneira enquanto nos ensaboamos e diminuirmos o tempo de duche para 5 minutos, diminuímos o consumo para cerca de 80 litros.
  2. Na banheira – as banheiras têm capacidades médias entre 150 a 200 litros. Encher a banheira para um banho de imersão, equivale a um duche de 15 a 20 minutos. Uma forma de economizar é encher até metade ou menos mantendo a mesma água durante o banho.
  3. Nos lavatórios da casa de banho – as torneiras dos lavatórios jorram cerca de 9 litros por minuto. Um consumo de 12 litros por dia equivale a quatro lavagens de 20 segundos. Ao escovar os dentes durante 5 minutos com a água a correr, gastamos em média 45 litros de água.
  4. Com o autoclismo – um terço da água que gastamos em casa é proveniente de descargas do autoclismo: são consumidos 10 litros de água de cada vez que se despeja o autoclismo. Se colocarmos uma garrafa de 1,5 litros no depósito a capacidade deste diminui, reduzindo o consumo para 8,5 litros por descarga.
  5. Com o lava-loiça – lavar a loiça de torneira meia aberta durante 15 minutos representa um consumo de cerca de 100 litros de água. Devemos deixar os talheres e pratos dentro de uma bacia com água antes de lavar e não deixar a torneira aberta enquanto os ensaboamos e economizamos cerca de 100 litros de água.
  6. Com as máquinas de lavar loiça – uma máquina de lavar com capacidade 44 utensílios e 40 talheres gasta cerca de 40 litros. Assim, devemos utilizar a máquina de lavar loiça apenas quando estiver cheia.
  7. Com a máquina de lavar roupa – as máquinas de lavar roupa, sem dúvida indispensáveis, para além de muita energia consomem muita água, aproximadamente 100 litros por lavagem. Convém enche-las bem e para o caso de não haver roupa que chegue para uma carga completa, devemos escolher um programa adequado à quantidade de carga existente.
  8. Com a mangueira – são usados normalmente cerca de 230 litros de água para lavar um carro. É possível, no entanto, tendo cuidado, fazer muito melhor.

Sabão

O sabão é resultante da saponificação de uma gordura/óleo, na presença de água e uma base (tradicionalmente soda cáustica). Todas substâncias biodegradáveis.
Sabonete líquido, por outro lado, é geralmente um detergente sintético, feito com produtos derivados do petróleo, em vez de gorduras e óleos.
Ambos têm propriedades tensioactivas, ou seja diminuem a tensão entre dois líquidos, permitindo o arrastamento da sujidade pela água.
Os detergentes sintéticos, por seu lado, incorporam agentes sequestrantes e quelantes, para melhorar o seu poder de limpeza, e por isso são menos amigos do ambiente.
Ambos podem incorporar fragâncias e corantes. Estes componentes são importantes para a aceitação do produto pelo público, mas não dão a todas as pessoas a mesma sensação agradável, pois algumas substâncias podem causar alergias respiratórias, de contacto, irritações e pele seca. As fragâncias e corantes naturais são biodegradáveis.
Os anúncios de detergentes que lavam as mãos e que "matam até 99,9% das bactérias" desapareceram lentamente nos últimos dois anos. Isso porque começou a ser conhecida a forma como esses detergentes antibacterianos estão a contribuir para o aparecimento de bactérias resistentes aos antibióticos. Começam agora a surgir os anúncios sobre os sabonetes que protegem o microbioma da pele.
Sabões e sabonetes sólidos, feitos de gorduras e óleos, já existem há muito mais tempo. Foi encontrada evidência da existência, 2800 AC, duma substância parecida com sabão. Sabemos também que nas antigas civilizações babilónicas, mesopotâmicas, egípcias, gregas antigas e romanas, em todas se fez sabão, combinando gorduras e óleos com sal e água.
Normalmente, podem comprar-se barras de sabão soltas ou em embalagens de papel ou papelão recicláveis. O sabonete líquido (detergente), por seu lado, vem sempre em frascos de plástico.
Outro aspecto importante: constata-se que é preciso até cinco vezes mais energia para produzir sabonete líquido (detergente) do que barra sólida de sabão. Os estudos mostram também que gastamos o sabonete líquido muito mais rapidamente do que o sabão sólido.
Isso pode dever-se a que sentimos que mais sabonete equivale a maior poder de limpeza, ou porque os fabricantes desenvolvem dispensadores de bombas excessivamente generosas, para nos fazer comprar mais regularmente o produto. 
De qualquer forma, em média e para o mesmo fim, usamos sete vezes mais sabonete líquido do que sabão sólido. 
Os estudos também mostraram que usamos bastante mais água para lavar as mãos com sabonete líquido do que com sabões ou sabonetes sólidos - cerca de 30% a mais.
Conclusões
Devemos dar preferência aos sabões, em detrimento dos detergentes (sabonetes líquidos) porque:
·       São mais amigos do ambiente, dado que têm uma menor pegada ecológica, em termos de energia consumida no seu fabrico, de água usada e de degradação provocada nos ecossistemas.
·       São mais seguros para a saúde da pele, porque não agridem o seu microbioma, nem provocam alergias, irritações ou outros danos.
·       São mais económicos, porque são consumidos em menor quantidade e necessitam de menor consumo de água na sua utilização.
Nota importante: Quer o sabão quer o detergente líquido produzem impacte ambiental, mas o sabão tem uma pegada muito mais leve.

Finalmente
É fácil fazer sabão em casa, aproveitando para reutilizar os óleos usados da cozinha, que como é sabido, não devem ser lançados no esgoto.
E pode mesmo ser um sabão personalizado, usando fragâncias naturais escolhidas com critério.
Algumas recomendações: usar o equipamento correcto, ser rigoroso na medição das quantidades necessárias e respeitar a ordem das operações. A soda cáustica é muito agressiva mas, se forem usadas as dosagens correctas, na forma correcta, desaparece totalmente ao reagir com o óleo, dando origem a sabão e glicerina.
Neste vídeo podemos encontrar uma receita confiável e muito eficaz.

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